quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Jogo mais Fod* do Mundo!

Eu encontrei o jogo mais phodástico do mundo hoje! Vocês precisam jogar pra saber como é, mas vale muito a pena! Sério! Como é jogo, e tem sonzinho (música muito da phoda também.), eu vou colocar com o "continue lendo" pra não atrapalhar ninguém. Divirtam-se! :D

Nha, era brincadeira! E nem é primeiro de abril! *trollface* Hoje teremos creepypastas! Muitas creepypastas! Aqui vai estar cheio dessas coisas! Vocês vão se acabar de lerem coisas bizarras/medonhas/sem noção... E um dia transformarei o blog na "Catacumba da Raposa" MWAHAHAHAHAHAHA... Cof, cof. Então, como eu ia dizendo, hoje teremos creepypastas. Um MEGA POST. Sério, não fechem a página. Se você curte um terror, vale a pena ler até o fim.

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1. Coragem, O Cão Covarde


Todo mundo aqui ama o Coragem, mas quem exatamente ele é? Ele é um cachorro assustado, que faz qualquer coisa para proteger sua casa, Lugar Nenhum.

Onde fica Lugar Nenhum? É um lugar onde não tem nada? Ninguém? Nenhuma esperança? Inferno?
Coragem protege sua casa e garante que ninguém machuque Muriel. Seu mestre senta em sua cadeira e odeia a tudo e a todos. Qualquer coisa malvada que venha atacar ou conquistar Lugar Nenhum, Coragem luta contra. Ele mantém Muriel segura e impede que a casa do Eustácio seja destruída.

Muriel sempre vê uma “cabeça” nova em Coragem, toda vez que algo ruim aparece e ele vai avisá-la, dando-lhe múltiplas cabeças.

Coragem ficará para sempre em Lugar Nenhum (Inferno), para proteger sua casa, manter Muriel (humanidade) a salvo do mau (Le Quack [avareza], Katz [ira], etc). Seu mestre, Eustácio (Satan), vai comandar e odiar tudo que está em Lugar Nenhum (Inferno).

Ele está preso no meio do Inferno e ama sua casa. Ele é Cerberus, nosso corajoso e covarde cão.

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2. Pokemon Soul Silver



Eu tenho uma história que gostaria de contar pra vocês... Vejam, eu sou um simples universitário vivendo sozinho em um apartamento. Eu estava muito empolgado com o lançamento de Pokemon Heart Gold/Soul Silver nos Estados Unidos. Eu me escondi da mídia propositalmente por motivos escolares, ou seja isso não será encontrado em em fóruns como 4chan, /v/, bulbapedia, etc.


Eu estava ocupado durante o ano letivo e não tinha muito dinheiro, logo, não pude comprar a versão Soul Silver no dia do lançamento. Quando as aulas acabaram eu encomendei o jogo pela Amazon, entretando levaria uma semana para chegar e eu decidi que durante esse tempo eu jogaria novamente a minha versão Crystal no meu GameboyColor, quando me lembrei que minha mãe tinha jogado a fita fora porque eu disse a ela que o meu save tinha dado problema e deletado e eu estava com muita raiva do jogo. Ela também jogou fora a minha versão Silver, então tudo o que eu tinha era o meu velho GameboyColor. Sendo assim comprei a versão Silver no Gamestop já que era o único jogo da série Pokemon que eles tinham disponível para GBC.

Cheguei em casa e começei a sessão nostalgia, foi aí que as coisas começaram a ficar bizarras... O logo do Gamefreak iniciou como o normal, mas ficou congelado. Eu pensei que o cartucho estava com algum bug então desliguei e liguei o GBC, o mesmo aconteceu. Eu tentei novamente apertando todos os botões, eventualmente o logo desapareceu e lá estava uma tela preta por uns 5 segundos, e de repente ao invés do menu convencional eu já estava no jogo em um arquivo antigo...

Primeiro chequei as informações do treinador o seu nome era apenas "..." e achei que não era mto original, chequei o perfil e ele tinha 999:99 horas de jogo, todas as 16 insígnias e 999999 pokedollars e todos os 251 pokemons na pokedex.

Vendo que ele tinha Mew e Celebi eu achei que ele estava usando gameshark ou que ele era um jogador muito hardcore mesmo. Fui ver os pokemons pra ver qual era esse time tão bom que ele tinha e pra minha surpresa ele tinha 5 unkowns e um sexto pokemon chamado "hurry" (siginifica pressa/rápido). eu pensei que isso deveria ser alguma piada cruel da pessoa que havia jogado, quando fui ver os status dos pokemons, como eu já esperava haviam letras estranhas de unowns, todos level 5, o meu alfabeto unown estava meio enferrujado mas consegui identificar que juntando todos as letras formavam a palavra "LEAVE" (siginifica saia).

Já o último pokemon era um Cyndaquil, que parecia normal, mas estava level 5 com apena 1 de HP e apenas 2 ataques: "leer" e "flash". Eu não sei porque o nomearam de Hurry, mas na hora também nem me importei, uma das coisas estranhas que também percebi foi que apesar do volume do GBC estar no máximo, nenhum dos pokemons fazia aquele som padrão de quando checamos seus status. Apenas puro silêncio.

Quando já tinha checado todo o meu time, eu fechei o menu. Eu estava parado no que parecia ser uma sala dentro da torre Bellsprout, entretanto, por alguma razão não havia nenhum NPC ao meu redor, e mais estranho ainda é que o "pilar" no meio não se mexia, como se só estivesse ali, inclinado no canto. Não havia nenhuma musica e não havia saídas ou escadas, ou pelo menos eu não achei que houvesse.

Eu andei por ali alguns minutos mas não achava nenhum caminho. Essa com certeza não era a sala que eu havia visto na torre Bellsprout antes. Eu chequei meus itens á procura de um Escape Rope, mas a mochila estava completamente vazia, e também não estava encontrando nenhum pokemon selvagem ao redor.
Finalmente encontrei uma escada, atrás do pilar. A tela ficou preta e a música finalmente começou a tocar. Eu tive um arrepio repentino quando reconheci a melodia, era a mesma melodia que você escuta no rádio da Alph Ruins aonde os unowns estão.

Imediatamente percebi que a tela escura não era uma tela de load, e sim um lugar escuro onde eu precisaria usar o flash, antes de cuidar disso eu entrei na pokegear pra mudar a música do radio pra algo menos assustador de se ouvir, mas vi que não haviam Radio cards, ou até phone ou time cards. Só havia um mapa onde mostrava o jogador "..." andando no meio da escuridão.

Me recordei que o cyndaquil tinha flash e entao desliguei a pokegear e usei o flash, mas me arrependi na hora... A sala era de um vermelho-sangue com um caminho cinza e linear para o sul a escada que eu usei anteriormente já não estava mais aqui.

Eu não tinha outra escolha a não ser ir para o sul, a tela ficava escura a cada 20 passos e eu tinha que usar o flash novamente, quando eu finalmente cheguei ao final, apareceu algo que parecia ser uma placa aonde podia-se ler "VOLTE AGORA". Repentinamente apareceu na tela "SIM/NÃO" como eu não sabia do que se tratava escolhi sim e a tela escureceu novamente fazendo um som como se eu estivesse subindo uma escada. A música dos unowns que tocava no rádio parou e em alguns segundos foi mudada para a música não tão assustadora quanto da poke flauta.

Eu estava em outra sala escura, mas eu segurei a respiração e usei o flash novamente, de repente a mensagem: "Hurry has fainted" que aparece normalmente quando seu pokemon fica sem hp e você tem que levá-lo até o centro pokemon, achei isso estranho porque ele não estava envenenado e ainda tinha 1 de hp e eu claramente não estava em nenhuma batalha. Chequei meus pokemons rapidamente e ele não estava mais no time, de fato percebi que nenhum dos meus pokemons estava aqui e haviam sido substituídos por 6 unowns level 10, eu li novamente o alfabeto unown e percebi que formavam "HEDIED" (significa "ele morreu").

De qualquer forma, depois dessa mudança bizarra a sala estava acesa, e revelou-se um sala extremamente pequena com apenas quatro espaços, as paredes dessa sala eram de tijolos cinza, como se eu estivesse dentro de algo vazio, do lado de fora a sala parecia apenas um monte de lápides como aquelas de lavender, andei pela pequena sala apertando A várias vezes e nada aconteceu. Eu concluí que era apenas um jogo hackeado por um cara maluco e sádico que vendeu o cartucho pra loja onde eu o comprei, mesmo assim a minha curiosidade já era enorme a essa altura.

Chequei novamente o perfil do jogador "..." e percebi que aquela miniatura que aparece do jogador estava sem braços e parecia mais triste e vazio de uma forma que não consigo descrever. E de alguma forma ele tinha 24 insígnias, o que claramente é impossível.

Depois de alguns minutos vagando ali o meu personagem começou a rodar como quando você usa o escape rope, mas ao invés de subir ele foi para baixo, devagar, como se estivesse afundando. Depois dessa tela a música parou, e depois de finalmente aterrisar, o personagem estava diferente novamente, ele não estava mais nas cores normais e sim totalmente branco como na versão de Gameboy Pocket, mas tudo estava branco, até sua pele.

Olhei seu perfil novamente e lá estava ele, sem pernas, braços e com o que me parecia sangue em seu olhos, e além disso estava com 32 insígnias, fato que começou a me perturbar como se aqueles números significassem algo. Também chequei meus pokemons, e agora eram 5 unowns level 15 e um celebi level 100, no alfabeto unown os celebis diziam "DYING" (morrendo) quando vi o status do celebi ele tinha apenas um olho, uma perna, um braço e um ataque: "perish song"

O lugar que eu estava era a torre bellsprout com o pilar imóvel como antes, exceto que agora praticamente tudo era vermelho, andei para o norte por um tempo que parecia infinito, eventualmente encontrei um homem e uma mulher (NPC) que não falavam comigo e então repentinamente começou uma batalha.

A música da rádio unown começou novamente... Eu poderia jurar que eu tinha aqueles 5 unowns e um celebi, mas agora só tinha um celebi, aquele level 100, e meu rival tinha um pikachu level 255, não me perguntem como. No menu da batalha eu só tinha as opções dos ataques ao invés de fight/run/item/pkmn. a batalha seguiu assim:

PIKACHU used CURSE!
CELEBI used PERISH SONG!

Então tres turnos depois o pikachu usou "destiny bond" depois disso os dois pokemons morreram, eu disse MORRERAM. O celebi desapareceu da minha lista. Após a luta a miniatura do meu rival foi esvaindo-se até ficar transparente. Chequei novamente todos os status e os pokemons, agora meu personagem parecia um fantasma com olhos negros, e os com unowns era posssível ler: "NOMORE" (não mais).

Então lá estava eu novamente no meu quarto em New Bark, com uma diferença, meu personagem não se mexia mais, ele apenas flutuava pelo cenário, e eu nesse ponto estava com medo de descer as escadas, como não tinha outra escolha, chequei os itens no quarto e nada aconteceu, então desci as escadas e não havia nada, a mãe do personagem não estava lá, saída pela porta não funcionava então vi um vão pelo qual consegui sair e continuei sentido sul com aquele personagem estranho que já estava transparente e com aqueles olhos negros estranhos...

Continuei andando sentido sul por muito tempo quando encontrei para minha surpresa, eu mesmo, ali, no estado normal, com as cores normais...e ele me disse "adeus para sempre ..." repare que os três pontinhos era o nome do jogador anterior do cartucho, e o avatar normal desapareceu.

Veio então a mensagem na tela "??? usou NIGHTMARE" apareceu novamente aquela animação de quando se usa o escape rope e agora estava novamente naquela sala rodeada de túmulos, ou pelo menos é o que eu achava. como a essa altura já não tinha mais o meu personagem, apenas um cenário, apertei start, apareciam 0 insígnias e apenas caveira no lugar das foto dos treinadores de Johto.

Olhei meus pokemons e eram todos unowns level 25, como eu já percebi soletrei o alfabeto e lia-se "IM DEAD" (estou morto). E apareceu um texto na tela dizendo "R.I.P." (descanse em paz) a sala que aparecia era uma sala vazia que naverdade era um túmulo, e ao lado havia outro do meu rival "red", na minha lápide dava pra ler:

"... (... é o nome do player ok?) está morto, ele morreu alguns anos após ganhar de seu rival Red, ele era um jovem treinador que apesar dos esforços para ganhar tantas insígnias e tentar ser um mestre pokemon, ainda assim não foi capaz de evitar o inevitável fardo da morte, e seus esforços foram eventualmente esquecidos pela geração seguinte."

Era impossível sair do texto não importa o que eu apertasse, tentei resetar o jogo e o mesmo aconteceu e então decidi desistir desse pesadelo terrível. Depois dessa experiência eu nunca mais consegui olhar para os unowns e para o jogo da mesma forma, eles dizem que apenas a primeira geração tem contos e lendas, mas a segunda geração tem me mostrado o quão desagradável a verdade pode ser. Eu me diverti muito com a versão Soul Silver quando ela chegou, ainda não consigo parar de pensar no que aquele jogo me mostrou.



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3. Pokemon Glitych Red Version (ENORME, mas é boa.)



Há mais ou menos um mês, eu comprei uma segunda fita de Pokémon Red no eBay para poder começar um novo jogo e brincar com os glitches sem ferrar meu save. Logo que eu comparei-a com a minha velha fita, eu soube que era um bootleg ou que tinha sido produzida em outro lugar. Você pode ver na foto como o adesivo não tem o mesmo tamanho da frente da fita, e que o plástico vermelho é barato e quase transparente (se você olhar de perto, pode ver a bateria interna da segunda, enquanto não se pode vê-la na primeira).

Quando eu liguei-o, só havia uma opção – New Game, e, ao contrário da amada fita que eu havia usado, essa não tinha nenhuma marca de ser colocada e tirada do Gameboy Color ou qualquer outro indício de que havia sido usada. Bem, e daí, eu pensei. Eu tinha investido um bom dinheiro no jogo e uma fita de bootleg não ia me matar. Eu coloquei-a no GBC e comecei a jogar.

Há algumas semanas, eu perdi meu GBC por um tempo, então eu tive que jogar no meu Game Boy Advanced SP. Nada de mais, eu pensei. Quando comecei, a luz que fica por trás da tela do SP desligou, como se eu estivesse jogando num velho Game Boy Advance ou num Color. Eu achei bem estranho, considerando que a luz fraca da tela do meu SP era mais brilhante do que a luz “forte” dos SPs de todos os meus amigos, já que eu cuidava bem do meu, e não era provável que a luz fosse acabar logo. Mas assim que eu troquei de fita e comecei a jogar Sapphire, a tela voltou a ficar iluminada. Eu tinha jogado muito meu outro Pokémon Red nesse SP, e nunca tinha se parecido com um velho jogo para Game Boy, então eu simplesmente atribuí isso ao fato do jogo ser bem vagabundo (o que não faz nenhum sentido, eu sei). Agora, você provavelmente deve estar imaginando quando vou começar a te contar sobre como havia Unown no meu time e que o cara Enterrado Vivo em Lavender Town começou a comer meu personagem, porque qualquer história sobre um jogo bootleg usado tende a ser sobre um negócio hackeado e assustador. Bom, não foi tão simples assim. Eu passei por Lavender Town e pela Pokémon Tower, tudo isso, e nada estranho aconteceu. Eu não fiquei louco por causa da música e não tive tendências suicidas, meus Pokémon nunca ficaram brancos e começaram a chorar lágrimas de sangue, ou qualquer coisa assim.

Porém, enquanto eu jogava, se tornou aparente para mim que esse jogo tinha alguns glitches. Como o plástico barato e o adesivo quase descolando, o próprio game tinha problemas. Eu nunca joguei Pokémon num emulador antes, mas, se eu tivesse que adivinhar, eu diria que, quando foi copiado, muitos dados foram corrompidos, e eu tinha que ser cuidadoso enquanto jogava, ou iria travar.

Por exemplo, às vezes, os gráficos ao redor do jogador (Eu vou chamá-lo de “Red”, já que foi assim que eu nomeei. Eu sou um tipo de fanboy do Red) viravam grandes barras coloridas e o jogo parava, e a música de fundo parava na nota que estivesse passando e tocaria um som agudo, parecido com estática, até que eu reiniciasse. Isso acontecia sempre que eu tentava usar minha bicicleta dentro de uma caverna ou de um prédio.

Eu estava quase certo de que esse era só um jogo bootleg normal até que eu chequei o SNES na loja de departamentos de Celadon. Não me julgue, mas, sendo um fanboy do Red, eu sempre gostei quando o jogo dizia coisas do ponto de vista de Red, como quando ele diz “Meu pai iria gostar disso!” quando você examina o SNES, ou “É melhor eu ir andando...” quando você checa a TV, já que você nunca vê o personagem dizer qualquer coisa, ao ponto de, como piada, os desenvolvedores fazerem Red dizer não mais do que elipses quando você o encontra em G/S/C.

De qualquer forma, quando eu chequei o SNES onde Red normalmente diria, “Meu pai iria gostar disso!”, ao invés disso, eu vi o texto, “Onde está meu PAI?” Eu examinei-o de novo, e a mesma coisa. Eu meio que ri disso, pensando, por alguma razão, que era só uma tradução ruim (não me perguntei como eu pensei que isso fazia algum sentido). Em algum lugar da minha mente, eu estava esperando por um jogo hackeado, porque, sabe, se eu conseguisse alguns screenshots e postasse-os no 4chan, eu poderia, ao menos, perder uma tarde rindo sobre isso.

Eu fui para o próximo piso, voltei e chequei o NES de novo. Para a minha surpresa, a mensagem havia mudado. Agora, Red dizia, “Quem me criou?” Nesse ponto, eu tinha certeza de que isso tinha sido adicionado por algum hacker, e eu pensei que isso era MANEIRO. Cara, Red descobrindo que ele é só um personagem de vídeo game. Isso é bem engraçado.

Depois disso, e depois de falhar em achar outro diálogo adicionado, eu continuei com a história do jogo. Nesse ponto, eu estava perto da parte onde você vai para Cinnabar e para as Seafoam Islands.
Mas os problemas ficaram piores. Às vezes, o mapa ficava distorcido, como Glitch City, e Red nadava numa árvore ou numa casa ou qualquer outra merda e eu não podia me mover. Eu tinha que usar Fly e tentar de novo. Quando eu era criança, eu sempre gostava de encontrar o MissingNo e ir para Glitch City, e eu tinha um Gameshark naquele tempo, então os glitches eram até que legais. Eventualmente, eu cheguei em Cinnabar.

Agora, sendo um viciado em glitches desde aquele tempo, é claro que a primeira coisa que eu fiz foi voar de volta para Viridian e fazer o truque do Old Man. Mas, não importava quantas vezes eu tentasse, eu nunca conseguia fazer MissingNo aparecer. Eu pensei que talvez a ROM tivesse sido editada para prevenir problemas, mas, claramente, esse não era o caso, já que a coisa tinha mais bugs que a Floresta de Viridian.
Ao invés disso, quando eu entrei na Mansão Pokémon, fui recebido pela seguinte caixa de texto:

RED: Bela tentativa, Red.

Era óbvio que onde “Red” estava seria o nome do que quer que você tivesse nomeado seu personagem. O que me assustou foi “RED”, tudo em Caps Lock, como quem estava falando. Agora, eu sabia que eu tinha um jogo editado. O maldito personagem estava me dizendo “bela tentativa” depois de eu ter falhado em achar MissingNo.

O jogo travou aí, e eu recomecei. Eu não tinha salvado desde antes de tentar o glitch do MissingNo, mas, quando eu liguei de novo, eu estava de volta à Mansão, exatamente onde a caixa havia aparecido. Eu podia me mover novamente, então fui em frente e passei pela Mansão. Pode me chamar de covarde, mas, por mais que eu estivesse animado, eu também estava com medo, então joguei lentamente e com todas as luzes acesas. Eu ainda estava jogando no meu SP, e a luz interna ainda não funcionava, então eu usei isso como uma justificativa para eu ser um tremendo covarde.

As coisas ficaram mais estranhas. Depois que eu saí da mansão, eu recebi a mensagem:

PA: DING-DONG! O tempo acabou! Seu jogo de safári terminou!

Tendo feito Glitch City no passado, eu sabia que isso acontecia sempre quando você voava para fora da Safari Zone. Como esperado, eu estava fora do portão da Safari Zone na próxima vez que apertei “A”, com os atendentes me perguntando se eu tinha tido um bom jogo. Eu tive uma sensação enorme de pressentimento quando fui sair do portão, com medo de que eu estaria em Glitch City, ou até pior. Eu tinha um Pokémon com Fly, mas você tem que entender, isso tudo é um pouco amedrontador. Porém, eu estava em Pallet Town, mas não tinha música, nem nada. Outra caixa de texto apareceu:

RED: Não é daqui que eu sou. Mentiram para mim.

Depois disso, eu não podia mover meu jogador, então eu fui resetar, mas algo me impediu. Ao invés disso, eu abri o menu Start e fui usar Fly para sair de lá, mas, para meu horror, o Pidgeot que eu usava para Fly não estava lá. Apenas meu Blastoise, Exeggutor, Kadabra, Mew (do glitch da Nugget Bridge), e Kangaskhan. No lugar do Pidgeot, estava um Raticate nível 16 com 1 HP. Estava envenenado. Eu chequei seus stats, e tinha o Treinador Original “BLUE” e sabia Hyper Beam, Quick Attack, Glare e Skull Bash. Eu nem sei se Raticate pode aprender todos esses ataques. Eu já ouvi aquela história de que o Raticate do Gary morre (sério) no jogo, mas eu nomeei o Gary como “IDIOTA” nesse jogo para poder dar algumas risadas. Eu acho que o nome “BLUE” veio do fato de que Blue é a versão oposta de Red, como se, talvez, ele tivesse vindo de uma fita de Pokémon Blue. Eu sei que Rattata não evolui até o nível 20, então esse era, obviamente, um hack.

Eu tinha alguns Antidotes e Potions na minha mochila, então pensei, que seja, vou curá-lo. Mas eu quando eu saí do menu POKÉMON, todo o menu Start fechou, e eu não consegui abri-li de novo. Eu tentei andar, e dessa vez, pude me mover. Eu dei alguns passos, esquecendo sobre o veneno até que uma caixa apareceu de novo:

RED: Nós o matamos.

Nesse ponto, eu estava ficando um pouquinho apavorado (não, jura?). Eu dei uma olhada no meu time e Raticate não estava mais lá. Nem meu Pidgeot. O espaço estava vazio. Eu fechei o menu e tentei me mover de novo, mas nada. Eu não queria desligar o jogo no caso de ele ter, de alguma forma, salvado de novo, então eu só fiquei tentando me mover antes de lembrar que meu Kadabra ainda sabia Teleport. Quando eu apertei Start, nada aconteceu. Eu continuei tentando me mover, mas eu não conseguia. Não... Red não estava deixando eu me mover.

RED: Isso aconteceu comigo. Por quê?

Nesse ponto, eu simplesmente desliguei o jogo. Eu tirei a versão Red hackeada e coloquei FireRed. Como meu velho jogo, eu tinha nomeado o personagem como “Red”, e, por alguma razão, aquilo ainda me assustava. Eu liguei e, para o meu horror, a tela continuava apagada. Eu apertei “CONTINUE” no menu principal, mas, quando tentei abrir meu jogo, recebi a mensagem dizendo que os dados salvos tinham sido perdidos ou corrompidos, e, quando comecei, o jogo travou, com a música sendo só um ruído estático.
Eu estava realmente desesperado para jogar algum Pokémon onde nenhuma coisa estranha acontecia, e fiquei irritado que minha versão FireRed tinha quebrado, então eu coloquei Sapphire e liguei. A tela acendeu normalmente. Por um momento, eu pensei que, talvez, tivesse algo errado com meu SP e isso tivesse quebrado minha FireRed, e, cara, eu não queria que nada acontecesse com a minha Sapphire com o Jirachi de Colloseum e o Feebas que tinha levado uma hora para encontrar, então eu desliguei e tirei-a.

Eu comecei a jogar o que eu chamo de versão “Glitchy Red” de novo há mais ou menos uma semana. Quando eu recomecei, eu ainda estava em Pallet, e havia música e as coisas pareciam normais, exceto pelo espaço vazio no meu time e a tela do meu SP ainda não se iluminando. Eu fui de bicicleta até Viridian e encontrei Pidgeot são e salvo no meu PC, então eu pensei, estranho, e tirei-o de lá e voei até Cinnabar para lutar contra Blaine.

Quando eu fui destrancar o ginásio, surpresa, outra caixa de texto.

RED: Não.

Não importava quantas vezes eu tentasse, o jogo se recusava a acreditar que eu tinha a merda da Secret Key, apesar de ela estar na minha mochila. Red não estava me deixando entrar.

RED: Tudo que aconteceu comigo, aconteceu porque o mundo deixou acontecer comigo. Eu não me tornei um herói sozinho! Eu fui manipulado. Eu nunca destranquei aquela porta. A porta foi destrancada porque o jogo me deixou. Tudo o que você faz, você faz porque o JOGO deixa.

Por causa de como as caixas de texto eram, levou muito tempo para passar tudo, e o tempo todo, eu estava escrevendo o que ele dizia para poder ter uma referência. As coisas estavam começando a ficar muito Silent Hill pro meu gosto, e, de novo, eu tentei me mover, mas Red não deixou.

RED: Eu vou mostrar para você como é não ser capaz de escolher seu próprio destino.

Eu desisti e abri o menu Start de novo, aliviado por poder, e usei Pidgeot para sair de lá. Eu sabia agora que isso era só porque Red estava me deixando voar para outro lugar. Ele estava brincando comigo.
Eu voei para Lavender, porque, por mais chocante quee pareça, nada estranho tinha acontecido lá. De Lavender, eu andei para baixo para tentar ir para Fuchsia, mas, logo em que eu deixei Lavender, Red apareceu de novo.

RED: Não.

Bom, que merda,eu pensei. Eu abri o menu e voei para Fushia. Quando cheguei lá, eu quase caguei nas calças e deixei meu SP cair. Era a Glitch City que você entra quando nada na costa de Cinnabar. Imediatamente, o menu apareceu, do jeito que aparece quando você faz o glitch do Mew, e estava me perguntando se eu queria salvar o jogo. Não havia opção “Não”, e apertar B não fazia nada. Eu desliguei o jogo.

Quando liguei de novo, eu ainda estava em Glitch City. Eu chequei meu time,do jeito que Red queria que eu fizesse – Pidgeot e Kadabra estavam lá, mas, ao invés de “TELEPORT” e “FLY” aparecerem quando eu selecionei-os, havia apenas “CURSED”. Não “CURSE”, que nem naquele Creepy Black Pasta retardado, mas “CURSED”. Eu fui inteligente o bastante para não selecionar. Eu apertei B até sair do Menu, e Red estava falando comigo de novo.

RED: Você vai ficar aqui comigo, Red. Eles me substituíram porque eu era PROBLEMÁTICO e não bom o bastainte (sic). Eu pensei que essa era minha história, mas eu sou só um personagem num video game. Eles tiraram tudo de mim. Minha VOZ. Minha LIBERDADE. Meu LEGADO. Eles me substituíram por aquele garoto de olhos castanhos.

Eu entendi que ele estava falando da versão FireRed, e das versões Gold, Silver e Crystal onde ele é tratado como o último chefão. Ele deixou eu me mover e, para a minha surpresa, o jogo não travou, mesmo quando eu estava andando na água e pisando em casas. Eventualmente, eu acho que fui muito longe, porque a tela ficou preta ao redor do meu treinador.

RED: Eu sou uma piada pra você?

Uma opção SIM/NÃO apareceu. Eu nem posso te dizer o quão rápido apertei “NÃO”.

RED: Então por que você quer fazer essas coisas comigo? Por que você corrompe meu mundo e me mostra GLITCHES que não deveriam existir? Por que você quer me machucar com MISSNGNO.?

Eu nunca quis machucar Red. Era só por diversão. O game tinha problemas, e nós todos só os explorávamos para nos divertir, certo?

RED: Por que eu tive que morrer? Só por que eu sou um herói?

Eu desliguei o jogo. Naquela noite, tive um sonho em que eu era um Treinador Pokémon – o personagem de FireRed, que eu nunca vou pensar como “Red” de novo. Eu estava sendo perseguido por um corpo branco. Eu não posso sentir dor nos meus sonhos (eu sei que algumas pessoas podem), e a figura branca eventualmente me alcançou e abriu meu peito e os lados do meu corpo com as unhas. A última coisa que eu vi antes de acordar foi o rosto do meu atacante – um garotinho com olhos vermelhos brilhantes, cabelo preto e um chapéu vermelho e branco.

Pelos próximos dias, quando eu jogava, era porque eu precisava. Eu estava preso na escuridão porque Red se recusava a me deixar ir. Porque ele foi abandonado e esquecido, deixado apenas para ser abusado por jogadores que voltariam por nostalgia e para explorar os bugs. Porque eu jogava tanto, eu quase sempre tinha uma dor de cabeça, provocada pelos barulhos agudos que o jogo fazia. Eu tive que tirar um dia de folga do trabalho por causa disso. Eu nunca podia me mover, mas encontrei conforto em encarar a tela com o background preto e meu personagem. Red não disse nada para mim.

Eu não pude jogar FireRed de novo, apesar de que funcionava no meu DS. Ontem, eu finalmente cheguei ao Mt. Silver em HeartGold, e não consegui batalhar com Red. Eu não sei o que ele faria comigo se eu derrotasse seu substituto. Ele ficaria bravo? Feliz? Sua derrota deixaria seu espírito em paz? Eu não sei. Não importa quantas vezes eu jogo os games, Red vai sofrer o mesmo destino, porque ele é o herói, e porque os jogos só deixam ele ir até aí. Red nunca mais vai ser capaz de experimentar a glória de ser um herói, e nem nós. Não importa quantas vezes você começa um novo jogo, nunca vai ser como a primeira vez em que você jogou. Você sabe o que vai acontecer, e você joga por nostalgia, porque é só um jogo para você agora.
Eu matei Red, e você também. Ao contrário de Ash Ketchum, ele nunca vai ser o herói de outro jogo novo em uma nova região. Em HeartGold, o sucessor de Gold, Ethan, até mesmo toma suas vitórias, sendo aquele a capturar os Pokémon que Red lutou tanto para ter – Metwo, Zapdos, Articuno, e Moltres. A vida dele acabou. Ele se tornou uma lenda tão conhecida que nada mais sobrou dele para se orgulhar até de si mesmo.

Eu terminei “Glitchy Red” ontem, quando finalmente chequei meu Trainer Card. Havia o sprite de Red como ele aparece em G/S/C, mas no mesmo esquema monocromático de cor do jogo, apenas vermelho e verde. Quando eu olhei mais de perto, os pixels vermelhos que formavam sua camiseta estavam mais escuros e estranhamente posicionados, quase como se ele estivesse sangrando do peito. Não havia nenhuma das minhas insígnias ou o tempo de jogo ou o Trainer ID, apenas aquele sprite. Quando eu voltei para o menu, ao invés do meu nome aparecer como “Red”, havia a palavra “DESAPARECIDO” para o meu Trainer Card. Eu selecionei-o e, dessa vez, estava em branco.

RED: Vá em frente e me esqueça agora. Adeus.

O jogo resetou, do mesmo jeito que acontece depois que você derrota o Campeão, e, dessa vez, havia apenas uma opção – NEW GAME. Eu encontrei meu GBC hoje mais cedo e comecei a jogá-lo lá. Quando eu joguei no SP, a tela acendeu e tudo estava normal. Eu tive que começar um novo jogo na minha FireRed, mas está funcionando novamente. Até a versão bootleg de Red roda normalmente, sem glitches. Mas eu nunca mais vou ver o silêncio de Red da mesma forma, ou até o hilário MissingNo. e os bugs da Glitch City.

Agora, eu tenho um respeito muito maior pelos “protagonistas silenciosos” no jogo, por tudo pelo que fazemos eles passarem. Lavender Town costumava me assustar, mas, agora, eu acho-a muito pacífica, como se até Red, que queria vingança de um mundo que tinha tratado-o horrivelmente, nunca pudesse mexer com o lugar de descanso de Pokémon caídos.

Algum dia, eu espero parar de acordar com arranhões no meu peito.


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4. Pokemon: Strangled Red Version



Há um monte de histórias por aí sobre jogos hackeados de Pokémon. Algumas delas são bem feitas, como aquela sobre a versão em que você ganha um fantasma como inicial. Algumas são ridículas também, histórias bobas sobre pessoas morrendo depois de jogar, ou sobre o jogo falando com ela. Deus, esses escritores não sabem que menos é mais quando se trata dessas coisas? Ah, bom, eu estou me desviando do assunto.

Eu cresci interessando nesses jogos hackeados que são aparentemente vendidos em qualquer loja suspeita, no Ebay, ou dados por gente sem teto para passantes aleatórios. Eu não tive o prazer de conhecer essas pessoas estranhas, eu simplesmente encontrei essa fita popular numa lixeira quando o caminhão de lixo veio recolher o lixo do meu vizinho. Eu notei o jogo e perguntei ao cara do lixo se eu podia levá-lo, e ele não pareceu se importar. Tinha sido jogado fora, afinal de contas. Eu, claro, chequei com o meu vizinho para confirmar se eles realmente não queriam, e eles pareceram perplexos, como se nunca o tivesse visto na vida.

O filho deles até quis, um garotinho que viu o Charizard na fita, dizendo “Pokémon! Mamãe, eu quero!”, mas a mãe dele disse que não, já que eu tinha encontrado. Ele nem tinha um Game Boy, só gostava de Pokémon.
Não pensando mais nisso, eu simplesmente voltei para casa, olhando para o adesivo da fita no caminho. Apenas uma simples versão Red, o adesivo levemente rasgado pelo pescoço do Charizard, mas isso já era esperado de um game tão velho. Eu tive a versão Blue quando criança, então, estava um pouco ansioso para as, embora mínimas, diferenças que a versão Red tinha. Eu fiquei desapontado pelo que vi quando a tela de título apareceu.

“Pokémon: Strangled Red Version.”

Droga, era um hack. Hacks eram até legais e tal, mas eles tinham zero de valor monetário, os originais até que eram valiosos agora, e eu queria jogar Red, não esse negócio. Mas, bem, era de graça, eu poderia ao menos tentar. Porém, o nome era estranho, Strangled Red? Isso não fazia sentido, nem mesmo numa mórbida descrição de alguém sendo asfixiado, já que as pessoas ficam azuis quando sufocam, não vermelhas. Quem sabe, talvez havia um par desses hacks e eu peguei o vermelho.

Quanto mais eu pensava sobre isso, mais interessado eu ficava. Meu desapontamento inicial virou curiosidade, eu queria saber o que criador tinha feito, e eu ia anotar tudo o que eu via. A primeira coisa estranha que eu notei na primeira tela foi que havia um Charizard do lado do treinador ao invés de um Charmander, e, também, os Pokémon nunca mudavam que nem nas versões originais, só ficava o Charizard, mesmo depois de cinco minutos de espera. Dando de ombros, eu apertei start, percebendo que não havia o som do Charizard como eu achava que deveria ter.

Eu vi que tinha uma opção “Continue”, e decidi que faria o que todo mundo faz com esses jogos usados: ver o que o dono anterior havia feito.

“...Não...”

Pisquei, surpreso. Não? O que você quer dizer com não? O jogo não me deixava continuar por nada, apesar de que, na quarta tentativa, eu ouvi o som do Charizard, baixo e quase inaudível, mas estava lá. Desistindo, eu apertei New Game, como eu teria feito depois de checar o file anterior, de qualquer jeito.

A tela ficou preta por um momento, sem Professor Carvalho, sem tema inicial, nada. Eventualmente, a tela apareceu, mostrando um quarto, duas camas, duas TVs e um computador num canto. O sprite do meu treinado era o normal, consistente com a versão Red original. Eu estava intrigado sobre porque não tinha perguntado meu nome, mas isso foi respondido quando eu abri o menu, vendo que o meu treinador se chamava “Steven”. Não, esse não é meu nome real ou qualquer coisa assim, esse game não tem vida própria e nem é assombrado, pelo menos, não que eu saiba, era só um nome já escolhido. Curioso, eu vi que ele tinha a quantidade inicial de dinheiro, nenhuma insígnia. Ele não parecia Red, seu cabelo era mais longo, quase chegando no meio das costas, o sorriso normal de Red substituído por um sorrisinho confiante. Honestamente, eu achei esse sprite muito mais maneiro que o de Red.

Depois, eu chequei seu Pokémon, um único Charmander, nível cinco, chamado “Miki”. Nada estranho sobre ele... Ou, eu deveria dizer ela, com o nome e tudo. Ela tinha os stats normais de um Charmander, sabia apenas Scratch e Tail Whip, coisas básicas. O game parecia relativamente normal. Retornando ao jogo, eu andei pelo quarto, notando que o cabelo longo de Steven estava presente nas costas do meu sprite de treinador quando minhas costas estavam viradas para a câmera. Eu não reconheci a casa, mas desci as escadas para ver mais. No andar de baixo, havia outro treinador, que falou comigo no instante em que apareci.

Mike: Já está pronto?

Steven: Já.

Eu considerei esse “Mike” como meu rival, pré-decidido para mim, um substituto de Blue, apesar de que eu me lembrava do quarto ter duas camas, percebendo que eles não eram rivais, eram irmãos. Eles falaram um pouco, diálogo básico do Pokémon, se tornar um mestre Pokémon, capturar todos eles, coisas assim, antes de terem uma pequena discussão sobre quem era melhor, Charmander ou Squirtle, o que, é claro, levou ao uma batalha introdutória, como a VS. Blue no laboratório. Bastante simples, Scratch, Tackle, Scratch, Tackle, até que eu ganhei simplesmente por ter tido o primeiro turno. Eu escrevi sobre como o sprite de Steven em combate era muito melhor que o de Red, uma pose diferente, parecendo que seu cabelo estava ao vento, uma melhorada leve, mas, ainda assim, melhor. Eu deixei a casa depois de zoar um pouco meu “irmão”, sendo recebido pelo tema de Pallet Town. Indo para o leste, eu descobri que essa era, com certeza, Pallet, a casa estava simplesmente mais longe, no oeste. Eu notei que não havia um misterioso campo de grama como na Pallet normal.

Andando por aí, decidi checar a casa de Red. A mãe dele estava lá, e, quando eu falei com ela, ela comentou sobre o quão bonito Steven era, esperando que seu filho usasse ele como um exemplo quando se tornasse um treinador no próximo ano, o que me fez finalmente perceber que esse jogo se passava um ano antes do Pokémon original. Red estava no andar de cima, jogando SNES no seu quarto, comentando “Eu também vou ser o melhor quando for minha vez!”

Eu estava começando a gostar desse hack. Era interessante, uma aventura completamente nova, um personagem diferente, caramba, Steven até parecia ter uma história com as pessoas dessa cidade, uma reputação, uma personalidade além de um protagonista silencioso. As pessoas da cidade falavam com ele como uma pessoa, mantendo uma conversa, não só tagarelando aqueles tutoriais. Até a irmã de Blue tinha um novo diálogo, eles pareciam estar namorando, já que o diálogo terminou com um beijo e um coração em cima da cabeça dela.

O Professor Carvalho simplesmente me desejou sorte, me dando uma Pokédex para me ajudar na minha aventura. Ele não estava me dando para ser a razão por trás da aventura toda, como em qualquer outro jogo de Pokémon por aí, ele me deu só por gentileza, algo para me ajudar no meu caminho, um presente. Eu estava gostando disso mais e mais a cada segundo, o jogo parecia ter uma história de verdade agora! Eu era alguém, não só um protagonista anônimo que qualquer um pode ser, não só uma tela em branco que pode ser substituída sem que ninguém perceba.

A história era diferente, apesar de que a jogabilidade era a mesma. Eu fui para o norte como precisava, fui de cidade em cidade, consegui insígnias, recebi os elogios dos líderes. A fama de Steven parecia se espalhar, já que alguns NPCs falavam com ele como se o conhecessem.

Eu usava Miki em toda batalha, e ela estava crescendo surpreendentemente rápido. Ela acabou com Brock facilmente, até derrotou Misty sem nenhum problema. Ela não era tão afetada por ataques super efetivos como outros Pokémon, causava mais dano do que um um Charmander normal, ela tinha uma incrível potência! Ela até se tornou um Charizard no nível vinte cinco, nada mal, devo dizer.

As coisas começaram a ficar estranhas quando eu cheguei a Lavender Town. Eu sei, eu sei, Lavender Town é o foco por trás de toda história assustadora, mas era o único lugar perceptivelmente diferente. Não havia invasão da Equipe Rocket, o que eu achei estranho, apesar de que lembrei que isso era um ano no passado, então a invasão não ia acontecer até que chegasse a hora do Red. Eu tentei entrar na Pokémon Tower, querendo pegar um Ghastly, mas foi aí que ficou esquisito.

Steven: Eu não tenho razão para estar aqui...

Steven não entrava na Pokémon Tower, não importasse o que eu fizesse. Isso era estranho, eu quero dizer, caramba, há milhares de lugares em Kanto em que você não precisa estar, como pequenas casas aleatórias com nada além de NPCs de crianças, por exemplo. Por que era aqui que Steven não podia entrar? Ignorando, eu percebi que não precisaria de um Ghastly, já que Miki resolvia qualquer coisa, então simplesmente continuei no meu caminho, Lavender Town servindo apenas como um lugar com um Poké Center.

O game progrediu normalmente daí, os ginásios restantes sucumbiram e eu eventualmente cheguei à Liga e derrotei-os. Com Blue, meu “irmão” Mike estava lá antes de mim, iniciando a batalha, a qual Miki acabou facilmente. O que se seguiu depois da batalha foi agradável, nenhuma das tensões que está presente entre Red e Blue no final da partida deles, os irmãos parabenizaram um ao outro pelo progresso deles e apertaram as mãos, antes da tela ficar branca, sem Hall of Fame ou créditos.

Quando a tela voltou, eu estava em casa de novo, os dois irmão sentados ao computador, conversando.

Steven: Eu não quero...

Mike: Vai, eu só vou pegá-la emprestado por um segundo para terminar a Pokédex, não vai ter registro a não ser que ela me reconheça como mestre por um momento.

Steven: Mas ela é minha Miki...

Mike: Eu prometo que vou devolvê-la, vai, por favor?

-> Sim?
Não?

Eu estava um pouco perplexo, então apertei Não, só pra ser cauteloso.

Mike: Vai, por favor?
NÃO

Mike: Vai, por favor?

Eu percebi que isso se repetiria até eu apertar sim, então foi isso o que eu fiz, só para ver o que aconteceria.

Mike: Certo, isso só vai levar um segundo, e então, nós dois vamos ser mestres Pokémon!

Steven: ...

A tela mudou para a animação mostrada quando duas pessoas trocam Pokémon, o que eu achei estranho, já que eu estava sozinho, mas, que seja, isso era o que aparentemente tinha que acontecer. Miki foi primeiro, eu assisti indiferente quando ela começou a passar pelo tubo de troca.
SNAP!

Isso me fez pular, o som súbito ressoando meu quarto silencioso, alto por causa do volume estar no máximo. Eu notei que o jogo pareceu travar, Miki ainda no meio da troca, mas o jogo não estava fazendo nada. Com um suspiro, eu desliguei o jogo, imaginando quando era meu último save. Quando o game voltou, eu encarei por um momento a tela inicial, não tinha Charizard do lado do treinador. Apertando start, eu vi que a opção de New Game estava ausente, deixando apenas Continue. Isso era... Estranho, no mínimo, então eu selecionei-a, o jogo começando sem ao menos mostrar meu status, como deveria.

Meu queixo caiu com o que eu fui recebido.

UM ANO DEPOIS

O tema de Lavender Town veio primeiro, tocando normalmente, a tela lentamente aparecendo da negritude. Steven estava na Pokémon Tower, o que fez a música ficar ainda mais estranha, já que a torre tinha seu próprio tema. Ele estava na frente de uma lápide, sem fazer nada. Imaginando o que estava acontecendo, eu apertei A.

Steven: ...

Confuso, eu tentei andar, notando que eu estava no controle no momento. Eu abri o menu e chequei meu time. Miki tinha sumido. Não só Miki, todos os Pokémon. Ele não tinha nada, a Pokédex estava ausente do menu, sua mochila estava vazia. Honestamente preocupado agora, eu chequei seu Trainer Card.
Ele não tinha dinheiro. Ele não tinha insígnias. Seu tempo de jogo era 8975, o que era impossível, já que eu só tinha 30 no último save. Mas essa não era a parte mais estranha.

A imagem dele, a imagem do jovem treinador bonito e confiante estava... Diferente. Seus olhos estavam vazios, o rosto levemente virado para baixo, o sorriso tinha sumido, substituído pela falta de qualquer expressão, todo aquele cabelo longo, antes num estado perfeito, estava agora bagunçado e mal cuidado. Eu não podia mais olhar para ele, fechando o menu, eu fui sair da torre, mas, com cada passo que fazia eu me afastar da lápide, a tela dava um pulo, como acontece quando um Pokémon está envenenado. Engolindo em seco, eu abri o Trainer Card de novo, a imagem ficando pior. Com cada passo que eu dava, ele abaixava a cabeça mais e mais, o ombro caído, ele se inclinou. Quando eu saí da torre, ele estava de joelhos, mãos no rosto, o cabelo sobre ele.

Eu já tinha adivinhado o que estava acontecendo, mas isso definiu tudo. Eu comecei a juntar as coisas na minha cabeça. Eu sempre imaginei porque não tinha um campeão nos jogos originais além do seu rival. Porque você, o protagonista, tinha que derrotar seu rival, quando ele simplesmente aparecia lá, sem um campeão anterior para desafiar. Então, me aconteceu. A resposta estava lá.

O campeão anterior tinha desistido.

Sua preciosa Miki estava aparentemente morta, e, com ela, morreu também uma parte dele. Sua Pokédex, suas insígnias, sua fama, tudo, ele jogou fora. Naquele ano, o ano que eu perdi, o ano em que todas aquelas horas surgiram, eu até fiz a conta, há 8765 horas num ano, adicione isso às minhas 30 de antes e os resultados batem.

Mesmo assim, o jogo continuou, isso devia ser um final, eu pensei, quero dizer, o que mais havia para fazer? Eu não tinha Pokédex, nenhum Pokémon, nada. O que eu deveria estar fazendo? Eu falei com todos da cidade, mas todos eles diziam as mesmas coisas.

“Você está bem?”

“Ainda lamentando, ao que parece...”

“Tudo vai ficar bem...”

“Por favor... Tem algo que possamos fazer?”

Steven nunca respondia a eles, e todos eles simplesmente diziam a mesma coisa de novo e de novo. Eu não podia deixar esse jogo de lado agora, era tão estranho. Curioso, eu fui para a grama alta, e, eventualmente, entrei em uma batalha com um Rattatta. Nenhum Pokémon foi lançado, só o sprite de Steven. Eu estava imaginando como eu iria batalhar.

RATTATTA selvagem deixou você aí.

A batalha acabou sem nada acontecer. Isso era certamente interessante, e aconteceu com todos os Pokémon que eu encontrei.

PIDGET selvagem ignorou você.
PONYTA selvagem foi embora.

A música também nunca mudava. Não importava aonde eu fosse, Lavender Town saía do Game Boy, me seguindo, às vezes ficando levemente mais devagar, às vezes não. Eu procurei em todos os lugares, todas as cidades, falei com todo mundo, imaginando o que eu deveria fazer. Minha frustração estava se misturando à atmosfera depressiva, fazendo a experiência ser desconcertante e desconfortável, mas eu não podia me separar disso. Eu estava começando a ficar um pouco bravo, também, ninguém me dizendo nada além de me dar suas condolências e tentar me dar itens como LEMONADE ou COFFEE, cada um respondido com:

Steven: ...Não...

Eu me dei um tapinha pro causa da minha idiotice, subitamente percebendo que a resposta mais lógica estava bem na minha frente, Pallet Town, é claro! Eu fui lá, mas isso tomou um longo tempo, tendo que andar, sem Pokémon para voar, nenhuma bicicleta, e Steven parecia se mover só na metade da velocidade normal, o que não era muito diferente. Primeiro, eu tentei falar com o Professor Carvalho.

“Essas coisas acontecem... Você só foi azarado.”

Depois, tentei a irmã de Blue.

“Por favor... Não vá embora de novo...”

A mãe de Red nem sequer falou comigo. Sem nenhum outro lugar para ir, eu fui para o oeste, encontrando a casa do começo, a qual eu nunca entrei desde deixar Pallet Town. Dentro, estava Mike, mas falar com ele era tão inútil quanto.

Mike: Eu sinto muito...

Eu pensei por um momento se esse era mesmo o final, Steven condenado a fazer nada além de andar por Kanto em miséria, assombrado por memórias, forçado a ouvir as preocupações de todos sobre ele. Como um último esforço para fazer algo, eu fui para o quarto e me movi até a cama.

Steven: Eu vou dormir...

A tela ficou preta por um momento, mas, então, lentamente apareceu de novo, o mundo com um tom mais escuro, o sprite de Mike na outra cama, eu assumi que isso significava que era de noite.

Steven: Eu vou fazer isso…

Fazer o quê? De novo, eu não tinha idéia, tentei investigar tudo no quarto, nada aconteceu. Quando eu deixei a casa, outro diálogo.

Steven: AQUILO pode trazer ela de volta... AQUILO pode fazer qualquer coisa...

O que era AQUILO? Algo que podia fazer qualquer coisa, eu não conseguia descobrir o que era. Andando por aí, eu tentei deixar Pallet Town da maneira normal.

Steven: Não é aí.

Ele não ia mais longe, eu tentei as casas.

Steven: Que se danem eles...

Eu levantei uma sobrancelha para isso, esquecendo por um momento que isso não era um jogo de Pokémon real, a vulgaridade apenas me pegou desprevenido. Eu continuei a olhar ao redor, mas não tinha nenhum lugar que eu podia ir, até que eu acidentalmente pisei no oceano, e Steven entrou nele, apenas a metade superior do seu sprite visível, como os nadadores que você encontra no ginásio de Cerulean. Eu não sabia que ele podia nadar...

Steven: O que está perdido... (No original, “the missing one”)

O que está perdido? Eu pausei por um momento, ele não podia estar falando... Isso, eu não tinha tentando o truque do MissingNo nesse hack ainda, mas encaixava muito bem, isso deveria ser o que ele estava querendo dizer. Eu “nadei” até Cinnabar. Eu comecei a sentir que algo estava fora do lugar, mais do que já estava. Silêncio. A música de Lavender Town já tinha parado, não tinha barulho, nem nenhum Pokémon. Eu continuei, encontrando Cinnabar e nadando para cima e para baixo na costa leste.

MISSINGNO selvagem apareceu!

Steven: Meu...

MISSIGNO selvagem foi capturado!

O quê? Steven não fez nada, ele só comandou aquela atrocidade de dados corrompidos para se juntar a ele, não, tornar-se sua possessão, e assim foi. Eu estava ficando mais e mais perturbado por isso tudo, checando o menu, vi que MissingNo não estava no meu time, mas era um item, fazendo as coisas ficarem ainda mais esquisitas. Eu chequei seu Trainer Card também. Steven estava de costas para mim, seu cabelo longo atrás de si, suas mãos nos bolsos, nada mais. Lembrando o que ele tinha dito no começo da noite, eu soube o que tinha que fazer...

Eu saí da ilha e fui na direção nordeste para, onde mais, Lavender Town. No caminho, percebi que todos os treinadores, ainda estranho por estarem fora a essa hora, não olhavam para Steven, todos eles virando-se quando ele passava, até os que normalmente ficam parados. Eu tentei falar com um dos guardas em uma casa.

“Apenas vá…”

Todos eles diziam a mesma coisa, apesar de que teve uma frase que fez arrepios descerem pela minha espinha.

“Às vezes, morto é melhor.”

Minhas mãos estavam suando nesse ponto, Steven estava para tentar o impossível, algo que alguns veriam como um crime contra a natureza, o que muitas dessas pessoas fazia como sua opinião. Eu me recompus, era só um jogo, e eu iria completá-lo.

Levou uma eternidade para chegar à Pokémon Tower, mas eu eventualmente cheguei lá, respirando fundo e indo até a lápide. Eu lembrava qual era, a imagem de Steven na frente dela estava gravada na minha mente, afinal de contas. Primeiro, eu tentei inspecioná-la.

Steven: Miki...

Nada aconteceu. Nervoso, eu abri o menu e selecionei MissingNo na mochila.

CARVALHO: Steven, não o use!

Eu me lembrei de quando o Professor Carvalho magicamente diz que você não pode usar um Key Item em algum lugar, como quando se tenta usar a bicicleta numa casa, apesar de que a mensagem era diferente dessa vez, e, pior ainda, Steven respondeu.

Steven: Num mudo que me enganou, por que eu deveria jogar de acordo com as regras...
Steven usou ISSO!
…………………
…………………
…………………
…………………
Steven recebeu M@#$!

Que raios eu tinha recebido? Eu não posso te dizer, porque o jogo tirou meu controle. Sem meu comando, Steven começou a sair da torre por vontade própria, andando passo por passo. O tema de Lavender Town começou de novo quando ele deixou a torre e começou sua horrivelmente lenta jornada contra a minha vontade. Toda vez que ele cruzava uma das fronteiras, a música mudava, ficando progressivamente mais lenta, mais e mais perturbadora, quando ele chegou em Cerulean City, era só um murmúrio demoníaco. Eu simplesmente fiquei lá, assitindo-o, tentando imaginar aonde ele estava indo, mas estava ficando mais e mais óbvio. Ele estava indo para Pallet Town.

A música tinha parado quando ele chegou lá, tocando nota por nota. Ele foi exatamente aonde eu imaginava, direto para sua casa, dentro, e no andar de cima. Nesse ponto, não tinha música, Steven se movia passo por passo, parando na cama do irmão, virando para encará-lo. Primeiro, eu pensei que o game tinha congelado, ele não fez nada, apenas ficou ali, e eu não podia movê-lo. Eu, porém, descobri que podia abrir o menu. Eu estava com medo de olhar, mas não podia me conter. Eu selecionei seu Trainer Card.

Houve um som baixo de rosnado, como um som distorcido de um Pokémon. Steven estava olhando para mim de novo, diretamente para a tela. Ele estava curvado, a franja escurecendo seu rosto, seu cabelo estava selvagem e desarrumado. Por entre a franja, não tinha nem um rosto, só preto, dois olhos vermelhos olhando direto para frente, e um sorriso branco contrastando com a escuridão. Isso não era tudo.

Seu nome era agora S!3v3n.

Eu não podia parar de olhar, meus olhos grudaram nos dele, sem quebrar o contato por algum tempo. Minha visão foi ficando embaçada até que eu não consegui mais ver direito, meu rosto ficou molhado. Eu estava chorando, como um bebê. Não tinha nada que eu pudesse fazer para segurar as lágrimas. Eu estava com esse garoto desde o início, eu o levei à grandeza, e fui, então, forçado a assistir seu declínio depois de um acidente trágico, e agora... Ele era isso. Essa coisa, essa abominação.

Eu o assisti ficar louco.

Engolindo as lágrimas, secando os olhos, eu fechei o Trainer Card e tentei salvar o jogo, querendo apenas sair. O game me informou que isso era impossível.

“Nada pode ser salvo agora.”

O menu não fechava, não importava o que eu fizesse, então, sem outra opção, eu chequei a mochila, nada aconteceu. Eu chequei os Pokémon, e havia um. Um único sprite me recebeu, tinha zero HP, seu status: DED, seu nome M@#$. Eu selecionei-a, e foram me dadas quarto opções.

->STATUS
“É ela…”
->TROCAR
“Nunca”
->FECHAR
“…Não…”
->ESTRANGULAR

Meus dedos tremendo, eu selecionei ESTRANGULAR, e o menu fechou, mostrando Steven no quarto de novo.

S!3v3n: Adeus...
SNAP!

O jogo desligou. Eu estava mais intrigado do que assustado. Um pouco em choque, eu liguei-o de volta, a tela de título mostrando o S!3v3n maníaco e um Charizard horrivelmente distorcido. Eu apertei start, e, então, Continue.

Tudo o que eu vi foi uma visão mais distante de Pallet Town, mostrando a casa de Steven no oeste, grama alta ao redor dela, aquelas pedras não-movíveis bloqueando-a do resto da cidade. A imagem estava completamente estática, sem música, sem movimento, antes de ficar branca e voltar para a tela de título.

Estava como quando eu a vi pela primeira vez. Um treinador e um Charizard. Eu tentei apertar Continue.

“...Não...”


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5. Candle Cove

Essa discussão surgiu em um forum sobre televisão norte-americana.

Aparentemente narra a memória de algumas pessoas sobre um antigo show local infantil que foi ao ar na década de 70 em alguns locais dos EUA.
Não se sabe exatamente se o programa realmente foi ao ar, mas fato estranho é que não se encontram referências sólidas sobre ele em lugar algum.
No entanto, cada dia surgem mais e mais pessoas convencidas que sem lembram do programa, capazes de dar detalhes sobre o mesmo que rapidamente também são confirmados por outros usuários.
Teria tão bizarro show realmente ido ao ar na época em algumas televisões locais? Seria mais um caso de histeria coletiva aflorando na internet? Seria o show alguma manifestação paranormal do inconsciente coletivo de uma geração?

Tirem suas próprias conclusões.



NetNostalgia Fórum - Televisão (TV local)


Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Candle Cove - Show infantil local?
Alguém se lembra desse programa infantil? Se chamava Candle Cove (enseada da vela), e eu devia ter 6 ou 7 anos. Eu nunca encontrei qualquer referência sobre ele, eu acho que foi exibido em uma estação local por volta de 1971 ou 1972. Eu vivia em Ironton naquele tempo. Eu não me lembro qual estação, mas eu me lembro que passava num horário estranho, tipo 04:00 da tarde.

mike_painter65 mike_painter65
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
parece muito familiar para mim ... .. eu cresci fora de Ashland e tinha 9 anos de idade em 72. Candle cove ... era sobre piratas? Lembro de uma marionete de pirata na boca de uma caverna conversando com uma menina

Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
SIM! OK eu não sou louco! Lembro-me do pirata Percy. Eu meio que sempre tive medo dele. Parecia que ele era feito a partir de peças de outros bonecos, negócio de baixo orçamento. Sua cabeça parecia de uma boneca de porcelana antiga, parecia uma antiguidade que não pertencia bem naquele corpo. Eu não me lembro qual estação que passava! Embora não acho que foi na WTSF.

Jaren_2005 Jaren_2005
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Desculpe ressuscitar este tópico antigo, mas eu sei exatamente que programa que você quer dizer, Skyshale. Acho que candle cove foi ao ar por apenas alguns meses em 71, não, 72. Eu tinha 12 anos, e eu o assisti algumas vezes com meu irmão. Era no canal 58, mas sei lá de que estação que era. Minha mãe me deixava mudar para ele após o noticiário. Deixe-me ver do que mais me lembro.
Se passava na Enseada da Vela (Candle cove) e era sobre uma menina que se imaginava ser amiga com os piratas. O navio pirata era chamado de Laughingstock (Ridículo) e o Pirata Percy não era muito bom pirata, porque ele se assustava com muita facilidade. E havia música de um caliópe tocando constantemente. Não lembro o nome da menina. Janice ou Jade ou algo assim. Acho que era Janice.

Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Obrigado Jaren! Memórias me inundaram quando você mencionou o navio Laughingstock e o canal 58. Lembro-me da proa do navio, era um rosto sorridente de madeira, com a mandíbula inferior submersa. Parecia que estava engolindo o mar e tinha aquela voz e risada terrível que lembrava aquele comediante Ed Wynn. Lembro-me particularmente quão chocante era quando eles mudaram o modelo de madeira / plástico do boneco, para a versão de espuma da cabeça falante.

mike_painter65 mike_painter65
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
ha ha eu também me lembro agora . ;) você se lembra skyshale desta parte: "... você tem... que ir ... pra dentro."

Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Mike Ugh, eu tive um calafrio lendo isso. Sim, eu lembro. Isso é o que o navio sempre dizia ao pirata Percy, quando havia um lugar assustador que ele tinha que ir, como uma caverna ou um quarto escuro onde estava o tesouro. E a câmera focava no rosto do navio em cada pausa da frase. "VOCÊ TEM ... QUE IR ... PRA DENTRO." Com seus dois olhos tortos e aquela espuma vagabunda, ea linha de pesca que abria e fechava sua mandibula. Ugh. Parecia simplesmente tão barato e horrível.
Vocês se lembram do vilão? Ele tinha um rosto que era apenas um bigode acima de dentes altos e estreitos.

kevin_hart kevin_hart
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Eu sinceramente, sinceramente pensei que o vilão foi Percy o pirata. Eu tinha cerca de 5 anos quando este show foi pro ar. combustível para pesadelos.

Jaren_2005 Jaren_2005
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Aquele não era o vilão, o boneco com o bigode. Esse era o ajudante do vilão, Horace o horrível. Ele tinha um monóculo também, em cima do bigode.Eu costumava pensar que isso significava que ele tinha apenas um olho.
Mas sim, o vilão era outro marionete. O Pega-Peles (Skin-Taker). Eu não acredito que deixavam a gente assistir aquilo na época!

kevin_hart kevin_hart
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Jesus! Jesus! O Pega-Pele. que tipo de programa infantil estávamos assistindo? Eu realmente não conseguia olhar para a tela quando o pega-pele aparecia. ele simplesmente descia do nada em suas cordas de marionete, apenas um esqueleto sujo vestindo uma cartola marrom e capa. e seus olhos de vidro que eram grandes demais para seu crânio. Cristo todo poderoso!

Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Não eram sua cartola e capa costuradas de forma meio doida? Era pra ser supostamente a pele das crianças?

mike_painter65 mike_painter65
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
sim eu acho que sim. lembro que sua boca não abria e fechava, seu queixo simplesmente movia pra frente e pra trás. Lembro-me da menininha perguntando "porque sua boca se move desse jeito?" E o pega-pele não olhou para a menina, mas para a câmera e disse: "PRA MOER SUA PELE"

Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Estou tão aliviado que outras pessoas se lembram deste programa terrível!
Eu costumava ter essa lembrança horrível, um pesadelo que eu tinha. quando a musica da abertura acabava, a tela do programa ficava preta, e todos os personagens estavam lá, mas a câmera ficava apenas cortando a imagem para cada um dos seus rostos, e eles ficavam apenas gritando, e os fantoches e marionetes se contorcendo em espasmos, e apenas gritando, gritando. A menina estava gemendo e chorando como se tivesse passando por isso durante horas. Acordei muitas vezes desse pesadelo. Eu costumava molhar a cama quando eu o tinha.

kevin_hart kevin_hart
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Eu não acho que era um sonho. Eu me lembro disso. Eu me lembro que isso foi um episódio.

Skyshale033 Skyshale033
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Não, não, não é possível. Não havia historia ou qualquer coisa, quero dizer, literalmente, eles ficavam lá chorando e gritando o programa todo.

kevin_hart kevin_hart
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
talvez eu esteja fabricando a memória porque você contou isso, mas eu juro por Deus que eu me lembro de ver o que você descreveu. eles só gritavam.

Jaren_2005 Jaren_2005
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Oh Deus. Sim! A menininha, Janice, eu me lembro de vê-la tremer. E o Pega-pele gritando através dos seus dentes rangendo, sua mandíbula adernando tão selvagemente que achei que ia se soltar dos fios. Desliguei a TV e foi a última vez que eu assisti. Corri para contar ao meu irmão e nós não tivemos a coragem de ligá-la no programa novamente.

mike_painter65 mike_painter65
Assunto: Re: Candle Cove - Show infantil local?
Visitei hoje a minha mãe na casa de repouso. Perguntei-lhe sobre quando eu era pequeno no início dos anos 70, quando eu tinha 8 ou 9, e se ela lembrava de um programa de criança, chamado candle cove. Ela disse que estava surpresa que eu me lembrasse disso, e eu perguntei e ela porque, e ela disse: "porque eu costumava pensar como era estranho. Você dizia" eu vou assistir Candle cove agora mãe "e então você ligava a tv num canal qualquer que só tinha estática e chiados vazios, e começava a assistir uma tela chuviscada durante 30 minutos. você tinha uma grande imaginação com o seu pequeno show sobre piratas."

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Alguns usuários tentaram através de videos dramatizar como era o show, ou pelo menos como parecia ser na época. Realmente aterrorizante. Outros dizem que a fita é verdadeira e foi surrupiada da televisão local.






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6. O Jogo mais Assustador de Todos os Tempos

Eu acabei de jogar o video game mais ASSUSTADOR de todos os tempos. Preste antenção no que eu tenho a dizer antes de sair falando “Oh, provavelmente é só uma criança que tem medo de qualquer coisa.”. Eu não fico assustado com jogos ou filmes. Já joguei muito survival horror e vi muitos filmes de terror na minha vida. A única coisa que me deixou um pouco assustado foram algumas partes do "Penumbra" e "Condemned". Todo o resto foi chato. Esse jogo é diferente. MUITO diferente.

Você não tem idéia de qual é a história por trás do jogo. Assim que você aperta play, é jogado para dentro do jogo sem mais, nem menos. Entretanto, eu fui capaz de entender como é a história depois de terminar esse jogo horrível. Aparentemente, você é um louco. Não nos dão seu nome, mas pode-se imaginar qual é se prestar atenção na o título. Por alguma razão, você escapou de um hospital psiquiátrico. E agora, o estado horrendo da sua mente transformou os corredores do hospital em nada além de um labirinto todo preto, cuja única iluminação vem das paredes, que brilham em um azul mortal.

Seu personagem parece ser algum tipo de canibal louco que você mal consegue controlar. Você pode forçá-lo a virar as curvas do corredor assustador, mas nada mais pode ser feito. Seu personagem quer pegar qualquer coisa e tentar comê-la; o que quer que esteja a sua frente ele pega, coloca na boca e engole.
Enquanto joga, você é caçado por monstros fantasmas medonhos e extremamente assustadores. Você não pode ferí-los, e chegar perto de qualquer um deles é morte instantânea, a qual o fantasma vai pra cima de você e te rasga ao meio, enquanto escuta o som horrível do seu corpo sendo retorcido.

Você pode, entretanto, comer alguns objetos estranhos escondidos no labirinto, que faz seu personagem ficar em um estado muito mais instável. Você pode literalmente COMER os monstros fantasmas. Seu personagem corre na direção deles e os devora, só deixando seus olhos.

Não há palavras para descrever o quanto horredo e tenebroso é esse jogo, e eu não quero estragar as surpresas para vocês. Apenas vão e tentem vocês mesmos. Pesquisem no Google a palavra Pac-Man. Você o encontrará no primeiro resultado.

-x-

É, acabei com a infância daqueles que tiveram paciência pra ler até aqui.
E aí, na sua opinião, qual foi a melhor? Sinceramente, eu estou aqui torcendo para que saia mesmo um hack do tipo Strangled Red. Seria muito foda. Só dizendo.

Bons pesadelos.

2 comentários:

  1. ahh... essa história do Soul Silver me fez repensar o que eu já pensava a muito tempo "como serão nossas novas gerações? tudo que vivemos será esquecido? será que só serão lembrados aquilo que está no livro didático escolar?", Glitych Red Version foi tenso, mas muito boa, e realmente, Strangled Red, primeira coisa que fiz foi pesquisar no google pra ver se tinha, mas que o irmãozinho dele merecia um estrangulamento, merecia sim, aaaaaaah, e como são histórias fodásticas, candle cove foi tenso, imagina só, um programa bizarro invadindo a mente das crianças, e eu doido pra jogar esse jogo assustador, ansioso para pegar o nome e pesquisar, baixar e jogar, era o pac-man... mas agora sei que vou jogar ele com outros olhos, da pra imaginar um jogo por cima dele...

    érr... thay, teremos muitas conversas pela frente, adorei te conhecer, espero que essa parceria seja eterna ♥

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  2. Cara, assim que eu terminei de ler Strangled Red, eu também fui direto procurar. Pena que ninguém tenha feito ainda, já que tem o LostSilver por aí. Glitchy Red é boa, faz sentido pra caramba, e Candle Cove me fez não dormir por um tempo XD Pac-man, tenso. Nunca gostei daquele trocinho, era bizarro pacas quando eu era criança...

    Eu também espero, Ralf. ♥

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